Nos Candomblés antigos, o Yawo (iniciado), enquanto em seu período de recolhimento espiritual para a iniciação não tinha a permissão de falar, e se utilizava do paô para chamar a atenção das pessoas que faziam parte do templo indicando que precisava de alguma coisa. Atualmente esta prática já não é mais tão comumente utilizada, e o Yawo tem permissão para conversar com as pessoas que participam dos trabalhos de preparação. Neste ponto, era utilizado sempre que se queria dizer algo, mas não era permitido falar.
A outro utilização do paô é na comunicação com os Orixás, onde representa o respeito, reverência e submissão do iniciado perante o mistério do Orixá, despertando suas energias e o evocando; uma maneira de dizer “aqui estou para reverenciá-lo, por favor olhe por mim”.
Alguns estudiosos da língua dizem que esta palavra yorubá é a junção de duas palavras, reforçando a idéia de que esta é uma saudação que desperta na Terra as energias do Orixá:
“pa” = juntar uma coisa com outra
“ô” = cumprimentar
Este gesto milenar remete ao som da chuva caindo sobre o solo e batendo no barro, fazendo com que a natureza dê frutos, germine, fertilize e crie vida.
Nenhum comentário:
Postar um comentário